segunda-feira, 31 de março de 2008

Tristeza

Hoje deixei de desempenhar um cargo que me deixou muito feliz de ocupar durante este ano. Apesar das muitas razões que dei acho que acabo por não acreditar em nenhuma delas. Quanto anunciei a minha decisão, esperava ser pressuadido. Esperava que alguém tentasse fazer alguma coisa a sério para me convencer do contrário. Não que fosse fazer diferença, mas gostava de me ter sentido útil novamente. Essa foi talvez a principal explicação para o ter feito: já não me sentia útil no que dizia respeito ao que o cargo envolvia.
Acho que desde sempre o soube, não era a pessoa certa no lugar certo. Contudo os eventos conspiraram para que eu tivesse uma oportunidade de demonstrar que realmente podia ser útil. falhei miseravelmente. Falhei porque pus os interesses do colectivo acima da minha opinião pessoal e isso custou-me caro. Em primeiro lugar pois a decisão tomada foi errada. Posteriormente pois em virtude desse erro deixei passar uma imagem errada do que pretendia. Tentei compensar tudo isto com horas de esforço, muito do qual acabou por ser um completo desperdício.
Uns meses mais tarde senti-me de rastos quando ninguém apreciou verdadeiramente esse esforço. Não que tivesse feito o que fiz para obter o reconhecimento de alguém, mas não pude evitar de me sentir injustiçado.
Até que há 1 mês tomei uma decisão, uma decisão de cabeça quente, mas que eu compreendi que era o caminho certo a tomar. Mas como explicar a alguém que decidi assim pois era o que o coração me mandava?
Hoje senti uma forte tristeza quando tudo finalmente acabou. Obviamente que vou ter saudades, mas continuo a acreditar que se trata da decisão certa. Mas é sempre diferente ver as coisas quando se está por fora, quando não se tem controlo sobre um projecto que apesar de não ter iniciado de forma nenhuma, gosto de pensar que também é um pouco meu...
Não escrevo isto isto aqui na esperança de que alguem leia, escrevo pois acredito que ninguém va ler e eu precisava mesmo de dizer isto...

terça-feira, 25 de março de 2008

Curling

Durante anos, admito, sempren estranhei como é que varrer se tinha tornado um desporto. Era esquisito olhar para a televisão e ver um pedaço de plástico com um pega, ser lançado numa pista de gelo enquanto duas pessoas varriam à sua frente.

Esta semana tinha um tempinho livre (isto é não tinha nada que fazer) pelo que decidi ver um bocado de curling (ou seja, estava com demasiada preguiça para mudar de canal). Confesso que não fiquei um adepto de curling, mas já não penso que seja só varrer...

O que me fez mudar de opinião foi a estratégia que envolvia o jogo. Percebi que não era só mandar peças para lá, era necessário também defender posições e colocar peças em sítios estratégicos.

Sou um apaixonado pela estratégia. Se o ciclismo é o meu desporto preferido isso se deve à estratégia que envolve, não é apenas uma questão de quem é o melhor num determinado tipo de prova...

A estratégia é também o facto pelo qual eu evito falar de futebol neste espaço, pois onde outros vêem o mérito individual dos jogadores, eu estou mais atento aos moviementos tácticos, ocupação de espaços, zonas de pressão...

Assim sendo ver um desporto baseado absolutamente em estratégia (acima de qualquer outro inclusivé ciclismo) agradou-me bastante.

Continuo a não considerar o curling como um desporto que queira seguir atentamente, mas já não o acho uma perda de tempo nem vou mudar propositadamente de canal...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Para começar dizer que se não coloquei aqui nada durante este tempo não foi por falta de vontade ou por esquecimento, apenas porque não tinha nada para dizer.

Havia muito para falar acerca dos aumentos do pão, de futebol, de ciclismo... mas iria apenas repetir o que outros já disseram pelo que não vale a pena.

Vou falar então numa tendência geral deste país nos últimos tempos.

Cada vez que há uma "crise" (não é bem crise o que eu quero dizer, por isso vem entre aspas) relacionada com o governo (ou mesmo a política em geral), existe poucos dias depois um acontecimento futebolístico qualquer que faz esquecer toda a situação.

Aquando do caso "Casa Pia" surgiu o Apito Dourado. Acabaram os directos à porta dos tribunais, acabaram os directos à porta das prisões, acabaram as imagens do advogado do "Bibi" a ser posto fora da porta a pontapé (como eu me ri com essa...). E o mais interessante é que de cada vez que surgia um novo desenvolvimento no CP, surgia logo outro no AD... (fosse a prisão deste, ou a libertação daquele...).

Desta vez quem teve azar foram os professores. A sua monumental greve (não faço ideia quantas pessoas foram, mas pelo que se lia na comunicação social, parecia que até os professores espanhois viriam a Portugal fazer greve) foi completamente abafada pela saída de Camacho do Benfica. Como acho pouco provavel que a saída do Camacho tenha sido de qualquer maneira influenciada pelo governo (já o AD me parece que serve para desviar as atenções de alguma coisa), o Sócrates tem efectivamente o cu virado para a lua...